Doze Meses de Coma Social

...e os planos de um grande ano borbulhavam como o auge da fervura, mas um lance de terrível (falta de) sorte botou tudo a perder : Aspone rompia o LCA, temido e famoso Ligamento Cruzado Anterior, deparando-se com uma realidade totalmente diferente da planejada... hospitais, imobilização, muletas... Em março de 2008, uma fulminante temporada de opressão era interrompida pela espera da melhora do joelho esquerdo...
Onze meses depois, na véspera de seu aniversário, a cirurgia de reconstrução do ligamento inalgurava a última parte do doloroso épico, tornando a volta aos campos uma realidade vindoura. Mas as etapas da recuperação são longas e devem ser percorridas com paciência...
Aventurando-se em seus primeiros passos sem muletas, procurando escapar da "Maldição do Domingo à Noite", um marco no ressurgimento de sua vida social; Aspone foi convidado para uma velha e saudosa banda... despretenciosa (mas sempre na maldade) caminhada na Cidade Baixa...

Retornando à madrugada

Fábio Oliveira cursava a faculdade de Administração, trancou e passou a fazer um curso técnico de informática e para pagar seus gastos, tanto estudos como contas e lazer, conseguiu em um shopping o trabalho como garçom.

Apreciava muito a vida noturna, talvez por isso ganhou o apelido pelos amigos de Madruga.

Nos últimos meses, por causa de trabalho e estudo não vinha saindo para festas, mas recebeu um convite de um amigo para sair.

Local? Cidade Baixa.

Do outro lado do estado

Fazia mais de um ano que Jonny tinha se mudado de Alegrete, interior do Rio Grande do Sul, para tentar a vida na capital. Se transeferiu da faculdade de lá para tentar concluir o curso de Fisioterapia. Morava sozinho, conhecia poucas pessoas e geralmente trabalhava como garçom para pagar seu curso e aluguel. Pensava muito em sua ex-namorada, a qual se separou por força da família dela. Sair de sua cidade e tentar a vida fora seria uma forma de esquecê-la e seguir sua vida.

Escolheu um bairro para morar aleatoriamente...Jonny foi parar na Cidade Baixa.

Verão longe da praia

Foi um verão muito esperado por Django, mas o que ele não contava, é que na segunda quinzena de novembro de 2008, ele (desempregado até então) conseguiria um emprego num restaurante como garçom, o que automaticamente excluiria todos os seus finais de semana e principalmente aquela temporada costumeira de veraneio na casa de praia dos seus pais...e para ele a praia o faria um bem muito grande, pois afinal, Django vinha de uma desilusão amorosa, um relacionamento conturbado. E a praia parecia ser o lugar ideal para escapar da cidade, deixar as lembranças de um ano decepcionante pra trás, e escrever novas páginas. Porém, ele precisava desse emprego para pagar mensalidades atrasadas da sua faculdade, o curso de Letras. E em sua cabeça, com certeza era melhor sacrificar seu veraneio do que um semestre inteiro sem estudar.

O emprego em Porto Alegre lhe traria muito mais do que poderia esperar dele no verão que esvaziava a cidade nessa época, muito mais do que um salário, mais do que voltar a estudar, mais do que esquecer desilusões e mágoas, a sua permanência lhe traria novos rumos além do que ele esperava.

E o único lugar na cidade que ainda havia vida durante o verão para se distrair, já que ficaria em Porto Alegre, era a Cidade Baixa.