Era pleno janeiro quando cansados por trabalharem numa carga horária desgastante que variava entre 12h às 15h diárias, decidiram sair na noite de Porto Alegre e distrair um pouco a cabeça para esquecer o estresse diário. E embora o salário fosse bem acima do salário mínimo, não compensava, a julgar pelo fato que se dedicavam quase que totalmente para o emprego, prejudicando inclusive os estudos e a vida social em geral, pouco lazer. Era folga uma vez por semana, porém, nunca nas Sextas, Sábados e Domingos. E pra quem gosta de sair sabe que o ideal seria uma folga em fim de semana, afinal, sair para festas em dias de semana não teria a mesma intensidade e muito menos as mesmas opções de diversão, sem contar que a maioria dos amigos que tinham empregos "normais" não poderiam sair com a mesma frequência em dias de semana devido ao óbvio.
Django dizia invariavelmente para Johnny no emprego:
- Cara, eu queria trabalhar pra viver, mas não viver pra trabalhar. Comprei alguns filmes e ainda não consegui ver nenhum; há festas que meus amigos me convidam, mas saímos sempre tarde daqui, e assim chego quando a festa está pela metade, sem contar que temos que acordar cedo no dia seguinte e abrir o restaurante. - Django suspirou e escorou-se na parede olhando pra beira do rio em frente ao restaurante de forma desanimada. - E nem dá pra considerar aquela vez que fomos ao Bar Opinião numa Quarta-feira chegando à 2h da manhã na festa. Não havia mais o que fazer, já estava esvaziando, e a mulherada estava toda “casada”.
Django olhou para Johnny e falou:
- Meu!
- O quê? - perguntou Johnny.
- Que se foda! Vamos sair hoje. Vamos para um bar ou para uma danceteria perto do Centro, um amigo me convidou ontem, mas eu não quis dar certeza, afinal, a gente nunca sabe que horas o nosso emprego nos libera.
- É eu estou precisando mesmo sair. - Johnny esboçou um sorriso. - mas vamos aonde no Centro?
- Vamos no Bar Oito e Meio. O Marquito me convidou hoje de manhã por telefone.
- Marquito?
- É o apelido dele. – riu Django. – É que no segundo grau meus colegas e eu dizíamos que ele era parecido com o Marquito do Programa do Ratinho que passava no SBT. E uma vez fui com ele na Lima e Silva pra encontrar com a Dé, apelido da Débora, minha amiga que fazia anos que não via. Ela tinha levado uma amiga e a gente se encontrou no bar Só Comes e depois saímos de lá e fomos pro bairro Tristeza onde tinha o Live Pub. Mas a noite em dia de semana morre cedo, e no fim é como ser forçado a comer um doce pela metade, quando você começa a gostar fica sem.
- Por mim está ótimo, moro quase do lado.
- É mesmo? Não sabia dessa, que barbada! Se a gente se der bem já termos o quartel general, haha!
- Se nos liberarmos cedo...seria uma opção interessante, nunca fui lá.
- Nem eu.
Ambos mal desconfiavam que uma série de acontecimentos estava por vir. Seria o primeiro passo para muitas histórias memoráveis.
haha..mto bom cara!!
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